quarta-feira, 12 de maio de 2010

As perguntas e não-respostas

O que acontece com alguém que não se reconhece ao se olhar no espelho?
Seria o tempo que causou tudo ou foi simplesmente a falta de conhecimento?
Quem é você e por que me olha assim?
E mais importante... você está antes ou depois de mim?
Quanto tempo levou para que se destruísse a inocência e endurecesse tanto o seu caráter?
Foram os outros ou foi você o culpado?
Foram os outros que se esqueceram de você ou foi você quem se afastou deles?
E desde quando você, que nunca foi pássaro, aprendeu a voar?

A vida se divide em partes. Aquela na qual você não sabe o que está fazendo. Aquela na qual você acha que sabe o que está fazendo. E aquela na qual você não tem mais paciência para o que está fazendo. Você nunca realmente sabe o que está fazendo. Porque isto envolve saber a consequencia dos próprios atos e quem pode confirmar isso? Por mais que se diga, a vida não tem um ciclo. Quem morre, não renasce.
Há aqueles que dizem que tudo é uma fase na qual sempre se vai e volta.
Eu discordo.
É como cruzar o mesmo rio duas vezes. Ele parece o mesmo, mas não é.
Mesmo que fosse possível voltar de uma fase, você nunca volta ao que era. É como voltar a um trabalho do qual você foi demitido. Ou reatar uma amizade.
Se você realmente aproveitou a sua experiência fora, você não volta o mesmo. Ou seja, você nunca volta mesmo, apenas aparenta retornar.
Você aprende que é depois de cair muito que se aprende a voar.

domingo, 4 de abril de 2010

Há primaveras atrás, não consigo me recordar exatamente quando, ou
até mesmo o porquê. Eu estava sentada, no sofá estampado de rosas,
que hoje já não existe mais, enquanto meu destino tomava um rumo o
qual, então, eu nem poderia prever.
Era um dia ensolarado. Seu 15º aniversário. Todos estávamos
contentes. A data era por tempos esperada. Como se existisse algo
mágico, algo que escapasse aos olhos na transição. Você se
preparava para um baile, porque aparentemente todas as meninas quando
festejam 15 anos devem fazer bailes e olhava para um vestido lilás,
quase igual ao que eu sempre usei.
A casa estava repleta de tias, primas, avós. Era um dia especial. Como
em todos os anos. Não porque era somente seu aniversário, mas porque
conheci você nesta data, sempre tão especial. Sempre colorida e cheia
de vida, com músicas e danças e amigos. Sempre, desde seus 3 anos de
idade.
Quando voc
Era um dia especial, ou ao menos deveria ter sido.